Ministro muda critérios de delimitação de reservas indígenas e restringe poder da Funai

Leio na Revista Época:
O governo mudará os critérios para a delimitação de reservas indígenas e de terras ocupadas por descendentes de quilombolas. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, quer adaptar as regras atuais ao voto que o falecido ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Alberto Direito proferiu sobre a criação de Raposa Serra do Sol, em Roraima. Ao aprovar a instituição dessa área em 2008, Direito impôs restrições a futuras demarcações. Segundo ele, as novas reservas devem ser amparadas por três laudos antropológicos, não podem coibir o livre trânsito de militares nem podem ser usadas para mineração ou garimpo. A pedido de Cardozo, a Advocacia-Geral da União elaborou uma nova legislação sobre o assunto. O texto restringe o poder da Fundação Nacional do Índio (Funai), cujo presidente, Márcio Meira, está demissionário.

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Da série: 'Hoje tem show!' | Ivete Sangalo, Caetano Veloso & Gilberto Gil


Para ver na íntegra: o especial Ivete, Gil & Caetano, exibido nesta sexta-feira, 23 de Dezembro, pela Rede Globo. Com direcção de núcleo de Roberto Talma e roteiro de Rafael Dragaud, os três cantaram músicas que falavam do corpo, da alma, do amor e das dores da separação do universo feminino que inspirou Gil, Caetano, Chico Buarque e Herbert Vianna. Entre uma música e outra, cada um foi aproveitando para revelar curiosidades sobre a composição das canções.

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Amazônia: a maravilha agredida

por Ramiro Escobar

No Peru provocou a aplausos do presidente Ollanta Humala, de seus ministros, artistas, inumeráveis cidadãos (a pé ou de laptop) e até de Sergio Markarián, o uruguaio que dirige a seleção nacional de futebol – a designação da Amazônia como uma das “7 maravilhas naturais do mundo” tem um sabor especial, de jogo para ganhar, que deveria ser encarado com paixão amazônica e patriótica. A lista de ganhadores foi anunciada no dia 11 de novembro pela empresa New Open World Corporation. Tudo como resultado de uma massiva votação convocada pela internet.
Um primeiro assunto que chama atenção é justamente esse: que se vote por um lugar que não se conhece ou se conhece pouco, fazendo clic. Segundo um estudo da ONG colombiana Alianzas por la Sustentabilidad, sete entre cada dez colombianos não conhecem sua Amazônia. Em outros países a situação é análoga, como no meu, Peru.
Não é que não exista o direito de realizar essa, digamos, incursão informática na Amazônia. Vista desde a lógica de promover o turismo e os investimentos, é admirável que um cidadão apoie um trabalho de marketing mundial de uma de suas “riquezas naturais”. Mas não deixa de ser desolador esse abismo entre o real e o virtual que, de alguma maneira, ainda provoca olhar a Amazônia como o El Dorado prometedor.
De que adianta tudo isso se, no terreno tropical, a bacia continua sendo ameaçada por estradas, hidrelétricas, concessões para exploração de minério, desmatamento e por uma pobreza em aumento que se espalha especialmente entre os indígenas? Diversos especialistas - os peruanos, pelo menos - concordam que nenhum espaço natural ou turístico pode ser valorizado quando nele ainda predominam a insegurança, deterioração, injustiça.
E, no caso da Amazônia, é fundamental não derrubar a floresta e não comprometer a vida dos indígenas. Se essas duas dimensões não são cuidadas, por mais maravilhosa que a Amazônia seja, ela se converterá em algo realmente arruinado, como lamentavelmente já está acontecendo. O desmatamento de todo o bioma, por exemplo, até 2005 chegava a 857.666 quilômetros quadrados.
As causas principais desses problemas são, dependendo de cada país, a construção de estradas, mineração, agricultura mal feita, ocupação irregular e desordenada de terras públicas (ao redor de estradas, por exemplo). Se o clic feito para converter a Amazônia ao título de “maravilhosa” (alguma vez não foi?) desconhecer esses dramas, incentivará a chegada massiva de turistas e poderá estar mais próximo da lógica da deterioração que da conservação.
Quando se amplia a visão ao ecossistema humano os problemas são ainda menos virtuais. Uma constante na América Latina e na Amazônia é de que os indígenas são os pobres entre os pobres e quando são mulheres, a situação é pior ainda. Entre os ribeirinhos não é diferente. Na Bolívia, citando o caso mais dramático, a taxa de mortalidade infantil é de 73 por cada 1.000 nascidos vivos.
No Peru, país de 77 etnias (75 delas amazônicas), dos 332 mil habitantes indígenas, 81% vive na pobreza e 41% em pobreza extrema. Na Colômbia, Equador, Venezuela e inclusive no Brasil existem situações parecidas e menos intensas, mas que, de toda maneira, revelam pouca qualidade de vida. Que, claro, será pouco visível se pensamos a Amazônia somente como região valiosa ou espetacular.
A presença de empresas mineradoras ou petroleiras é sentida em boa parte da bacia. Também vemos o rastro de hidrelétricas (que pretendem gerar energia para iluminar talvez outras “maravilhas”). No Brasil está Belo Monte, que deixa em alerta índios kayapó, asurini, arawepé e outras etnias; no Peru, cerca de 70% da Amazônia está loteada para a exploração de hidrocarbonetos.
Inclusive uma proposta como a de conservação do Parque Nacional Yasuní, no Equador, que objetivou a criação de um fundo para não explorar o petróleo no subsolo e assim preservar a área e consequentemente ajudar a reduzir as mudanças climáticas, enfrentou sérias dificuldades. Recentemente, bateu a meta de 100 milhões de dólares salvadores, que o presidente Correa havia determinado como necessário para continuar com o projeto.
Todas essas coisas não desqualificam plenamente o título “maravilhosa” de nossa Amazônia, embora seja necessário colocá-la em sua justa dimensão e não fomentar apenas uma mera visão poética, quase colonial, que enxerga o bioma como o El Dorado prometido, cheio de riquezas, esquecendo-se quão delicados são seus ecossistemas e sua população. E que ignora que governos e o povo mesmo, vivem dando-lhes as costas.
A Amazônia, sem que ninguém lhe outorgue título algum, já é maravilhosa e preciosa. É o maior ecossistema tropical e talvez o mais belo do mundo. Sua conservação não passa só por fazer um clic e delirar com grandes investimentos turísticos, principalmente se o que avança sobre ela ainda são escavadeiras e serras elétricas. Para que esta nova maravilha do mundo seja de fato real, é necessário que para a floresta se voltem o desenvolvimento sustentável, um mínimo de informação, sensatez e sentimentos.




* jornalista especializado em temais internacionais e ambientais. Atualmente é colunista do diário La República e colaborador, no Peru, das revistas Poder, Quehacer e da agência Notícias Aliadas. No exterior colabora com o diário El País da Espanha e o portal ((o))eco Amazonia do Brasil. É professor de Comunicação, Política e Jornalismo de Opinião na Universidade Peruana de Ciencias Aplicadas (UPC).

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Marina Villas Bôas: memórias da maior aventura brasileira do Séc. XX


Em 1963 uma enfermeira de 24 anos de idade desembarcava de um avião da FAB num precário campo de pouso ao norte do Mato Grosso, para ficar uma semana. Chamava-se Marina e ainda não sabia que, em terra, iria encontrar Orlando Villas Bôas, um dos maiores defensores dos povos indígenas brasileiros. Apaixonou-se pelo homem e pela quimera. Casaram e a enfermeira Marina acabou ficando não uma semana, mas 20 anos no Parque Nacional do Xingu. Entrou no combate com as armas que tinha e que eram, no fundo, as que a profissão lhe dava. Enquanto Orlando se ocupava da defesa política dos direitos dos índios, Marina cuidou de cuidar da saúde dos xinguanos. Até porque, por mais eficaz e bem sucedida a peleja de Orlando pelos 'Corredores do Poder', todos sabiam que fosse quando fosse, mais dia menos dia, «de qualquer jeito», em alguma hora «os brancos» haveriam de «entrar».
Orlando faleceu em 2003. Marina ficou ainda e, com ela, a memória viva de uma das maiores aventuras do Brasil do Séc. XX.


Marina Villas Bôas ofereceu saúde aos xinguanos, e hoje guarda a memória de uma das maiores aventuras brasileiras do século 20

TEXTO JANICE KISS
FOTOS ERNESTO DE SOUZA



TESOUROS guardados em casa por Marina: milhares de objetos amealhados durante suas andanças e as fotos que registram a criação do Parque Nacional do Xingu
Uma casa do bairro paulistano Alto da Lapa guarda um pedaço do Xingu. Nessa residência, instalada numa quieta rua onde o barulho da metrópole faz sua trégua, mora a mãe de muitos xinguanos, Marina Villas Bôas. Em 1963 a enfermeira de 24 anos de idade desembarcou de uma avião da FAB num precário campo de pouso ao norte do Mato Grosso, para ficar uma semana. Passou 20 anos no Parque Nacional do Xingu. Lá encontrou Orlando Villas Bôas, o maior defensor dos povos indígenas brasileiros, com quem viveu e se casou oficialmente nove anos mais tarde. Discreta, de fala mansa, Marina ficou conhecida como a esposa de um dos brasileiros mais importantes do século 20, falecido em dezembro passado. Porém, mais do que isso, ela foi um dos pilares do projeto idealizado pelo marido. Juntos, levaram uma vida em duplicata. Foram brancos e índios ao mesmo tempo. Enquanto Orlando e o irmão Claudio estruturavam o Parque, a moça nascida em Borborema, SP, percorria de avião, barco, jipe ou bicicleta os 25 mil quilômetros quadrados da reserva, onde vivem 6 mil índios e 17 etnias distribuídas em 30 aldeias.

CESTO UAUAPI
(maiaucu, segundo os índios), com dupla função: é usado para pegar peixinhos e serve de suporte para as panelas. Todas as tribos do Alto Xingu confeccionam peças como essa
Não fosse seu dedicado e obsessivo trabalho de enfermeira, um incontável número de crianças e adultos não teriam sobrevivido. Malária, da qual foi vítima umas 40 vezes, gripe e leishmaniose recaíam sobre a população indígena. Os recursos eram escassos, o que não impediu o controle das enfermidades e a redução a zero do índice de mortalidade infantil, trabalho reconhecido pela OMS - Organização Mundial da Saúde, na década de 70. Nessa luta Marina foi protagonista, ao lado de profissionais da saúde da Escola Paulista de Medicina, hoje Universidade Federal de São Paulo.
A população do Parque é grata a essa senhora, hoje com 65 anos de idade. Se Orlando é o d'junuá, o pai deles, Marina é a mãe, ama ou mama. Mas ela é quem agradece a convivência em uma sociedade organizada que respeita suas crianças e seus idosos. "Aprendi a viver com muito pouco", analisa. A modéstia contrasta com o grandioso tesouro guardado por Marina em um amplo estúdio de sua casa. Objetos, fotografias, manuscritos e outros registros dos anos de convívio no Xingu formam um acervo único, a memória de uma das maiores aventuras brasileiras do século passado. São a prova material de que é possível estabelecer uma relação de convivência e respeito entre culturas diferentes. Marina acha egoísmo reter esse material para a família. Após o falecimento do marido, ela se dedica à criação da Fundação Orlando Villas Bôas. Crê que seja uma forma de preservar a memória dos irmãos e permitir às novas gerações entender o significado da utópica história da reserva indígena que devolveu o Brasil aos brasileiros originais. link

Desbravadores


BRINCOS txucarramães, confeccionados com penas de tucano (vermelhas e amarelas) e de mutum (pretas) BORDUNA é uma arma usada para agredir o inimigo na cabeça. É típica dos txucarramães, considerados os índios mais bravos
Quando Marina aportou no Xingu, os irmãos Villas Bôas - Orlando, Claudio e Leonardo - já eram reconhecidos não só pela criação da reserva indígena, mas também pela expedição Roncador-Xingu iniciada na década de 40, que tinha o propósito de desbravar o Brasil Central quando a região não passava de uma desconhecida geografia. E a moça se encantou com tanta atenção dispensada por Orlando, que a recebeu pessoalmente no campo de pouso. No meio de inúmeras histórias sobre o apaziguamento dos índios, as dificuldades de sobreviver na floresta e a dura lida no sertão, Marina, que até então assinava Lopes de Lima, se apaixonou.
Não se pode dizer que foi amor à primeira vista, porque ela conhecera o sertanista na clínica médica, onde trabalhava, em São Paulo. Orlando era amigo de seu ex-chefe, o cirurgião Murillo Villela, que a havia incentivado a fazer um estágio no Xingu. No entanto, a bela enfermeira não havia passado despercebida pelo indigenista. E Orlando deve ter rezado para todas as divindades indígenas para que mandassem uma chuva torrencial no dia de sua partida. Ela só conseguiu sair de lá um mês depois, mas para retornar a São Paulo com o pedido de transferência para o Parque Nacional do Xingu.
"Muita gente achou que tinha endoidecido ou estava desiludida da vida", relembra, sorrindo. Mas ela encontrara sua razão de viver. E a busca incessante pela vida nos territórios indígenas fez com que, certa feita, os xinguanos dessem pela ausência de mortos para o Quarup, cerimônia religiosa dedicada aos que faleceram. Além do controle da malária, doença que aos poucos definha o sistema de defesa do organismo, a enfermeira mantinha um trabalho preventivo. Orientava os moradores para que, por exemplo, pegassem água somente no meio do rio na época das cheias. "As margens estavam poluídas com bichos mortos, insetos ou excesso de folhas das árvores", explica. Sufoco mesmo eram os partos complicados. Nesses momentos, a agilidade era instrumento necessário para desenrolar o cordão umbilical do bebê ou para uma respiração boca a boca, a fim de que o líquido amniótico engolido pela criança fosse retirado antes de ir para o pulmão. "A rapidez fazia a diferença entre a vida e a morte", conta. link

Cesariana



DE CASCA DE MADEIRA, a bolsa da tribo caiabi para as viagens. Caso chova, o produto nela guardado não se molha, pois suas laterais incham e se vedam.
Assim, protegem o mantimento ali guardado
.
Sair do Xingu era uma tarefa quase penosa. Como deixar as crianças, os adultos e os velhos sem seu olhar protetor? Mas houve um motivo muito forte para uma dessas vezes. Marina teria seu primeiro filho, Orlando Villas Bôas Filho, carinhosamente chamado de Villinha. "Precisei de cesariana", explica. Caso contrário, o parto seria de cócoras, igual a todas as índias. Depois de seis meses em São Paulo, ela retorna e apresenta o filho ao Xingu. Como os demais indiozinhos, Villinha também foi zelado pelas outras mães. Mas a tranqüilidade de Marina ia-se embora à noite quando o risco do garoto ser picado por algum bicho duplicava. A preocupação lhe tirava o sono. "Dormia pouco como toda mãe do Xingu ou da cidade".
O MÉDICO SANITARISTA Noel Nutels (centro) apoiou os irmãos Villas Bôas e foi um dos primeiros a dar assistência médica no parque. Ele podia contar com a dedicação da enfermeira Marina (à dir.)
A saída de vez da reserva indígena foi em 1974, quando o menino precisou de escola. Um ano depois, ela teve o segundo filho, Noel, nome que homenageia o amigo e médico Noel Nutels, um dos primeiros a integrar a equipe dos irmãos Villas Bôas. É certo que, de tempos em tempos, Marina e Orlando voltavam ao Xingu levando as crianças. Elas passavam férias nadando nos rios, escalando árvores e, acima de tudo, convivendo com os xinguanos.
A readaptação à sociedade branca teve momentos penosos. A família precisou se desfazer do apartamento de São Paulo para comprar uma casa. Motivo: Orlando Filho entrava em pânico no elevador. Afora as datas e convites esquecidos - índio não faz a contagem do tempo como o branco - foi necessário se readequar a uma sociedade à qual já não mais pertenciam. "Por que as crianças estão sempre peladas?" ou "por que você não se arruma para sair?", foram perguntas que cansou de ouvir. O difícil era tentar explicar que tudo isso são apenas artifícios para viver. Em casa, Marina se encarregou de zelar pela saúde do cunhado Claudio, fulminada pela selva, que o levou à morte seis anos atrás. Mais do que cuidados médicos, ela tornou-se sua única interlocutora. Claudio não conseguiu retornar à civilização branca e preferiu os livros de filosofia à readaptação. link

Oca democrática



FERIMENTOS são comuns no dia a dia da reserva. Acima, Marina faz curativo no braço de um índio txicão, uma das últimas tribos a serem apaziguadas
Da capital paulista, Marina continuou seu trabalho de enfermeira ligado à Funai - Fundação Nacional do Índio. Buscava xinguanos doentes no aeroporto, atendia-os e, não raro, hospedava-os em casa até ficarem recuperados. Por sinal, a residência dos Villas Bôas é uma verdadeira oca democrática. Ali, são recebidos pesquisadores, historiadores e até excursões de escolas, numa mistura tamanha que mais se assemelha a uma enorme pajelança. A casa deles no Xingu já era assim. E depois que os hóspedes iam embora, o casal lavava as roupas de cama na beira do rio. "Ai, era tão romântico", relembra. Quando tem saudade, ela recorre à música de Chopin para relembrar tudo o que viveu, inclusive o primeiro beijo trocado com Orlando à beira do Rio Totuari.
CHAPA PINTADA e decorada para fazer beijus (bolinhos de massa de tapioca)
No mês passado Marina andava às voltas com um documentário que está sendo produzido sobre os irmãos Villas Bôas. Recebeu o amigo Pirakuman, da etnia yawalapiti, do Alto Xingu, que traduziu os depoimentos de seus familiares para o português. A sua estadia em São Paulo tinha, ainda, outro caráter: Pira, como é mais conhecido, é quem organiza o Quarup de Orlando, a cerimônia dos povos do Xingu para homenagear seus mortos, em geral caciques, pajés, grandes guerreiros ou pessoas que marcaram sua existência junto à comunidade.
PANELA em formato de animal serve para o cozimento de pequenas porções, como mingau ou pequi. Ao mesmo tempo, tornam-se peças decorativas para a tribo wauaurá, no Alto Xingu
Ao lado de Pirakuman, a enfermeira toma as providências para a cerimônia religiosa que vai mobilizar todo o parque e deve contar com pelo menos mil convidados. O Quarup será realizado no meio do ano, e marcará o regresso de Marina e dos filhos ao Xingu. Segundo a crença, Orlando chegará ao Ivát-Ivát, o céu do céu, onde não mora ninguém, apenas a sabedoria. "É para lá que foi Iãcatu, sua alma boa e eterna", diz a mãe branca do Xingu. link

Marina, interpretada no filme por Maria Flor no filme Xingu, de Cao Hamburger

Sobre o filme Xingu, aqui no Conexão:

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Reportagem: Dia de Luta Contra Belo Monte e Novo Código Florestal, em São Paulo


No dia 17 de Dezembro de 2011, seguindo o chamado do Dia de Luta Contra Belo Monte feito pelo Comitê Xingu Vivo-PA, vários movimentos de São Paulo organizaram um acto público que começou na Avenida Paulista, desceu a Rua Augusta e terminou na Praça da República. Aos protestos contra a UHE Belo Monte juntaram-se igualmente protestos contra o Novo Código Florestal. A manifestação contou com a presença de índios Guaranis, Kalapalos e um Kayapó. A mobilização em SP partiu do Movimento Brasil Pelas Florestas.
Para dar conta do evento, fica o vídeo realizado por Rodrigo Guim. A música Devolução, que serve de trilha sonora, é de Edson Gomes.
CONVOCATÓRIA

Sábado, 17 de Dezembro de 2011
14:00 até 19:00
vão livre do MASP, Avenida Paulista

Contra Belo Monte, só a Luta resolve!
Convocamos todas as lutadoras e lutadores, para no dia 17 de dezembro, mais uma vez tomarmos as ruas, para dizer o nosso 'Não!' à Belo Monte e o nosso "Sim!" à vida e ao Xingu!
Nosso SIM ao desenvolvimento de verdade, não com empregos temporarios e precarios, mas com empregos reais. Nosso SIM a uma politica energética realmente LIMPA e não com destruição de ambientes e de vidas. Nosso SIM ao Brasil do futuro e NAO as mais de 70 hidreletricas que querem destruir de vez a Amazonia!

Informe-se onde vai acontecer o ato em sua cidade, ou comece você mesmo a organizá-lo! Todos contra Belo Monstro!
Confirme presença no evento do Facebook

REALIZAÇÃO:
Xngu Vivo, Frente de Ação Pro-Xingu, Movimento Brasil Pelas Florestas

09:47 | Posted in , , , | Read More »

Eurodeputado do PSD sugere criar agência para ajudar portugueses a emigrar

Leio no Expresso:
O eurodeputado do PSD Paulo Rangel sugeriu hoje a criação de uma agência nacional para ajudar os portugueses que queiram emigrar, considerando que essa pode ser uma "segunda opção" para quem não encontra trabalho em Portugal. "Às tantas, nós até devemos pensar, se houver essas oportunidades, em de alguma maneira gerirmos esse processo. Talvez fosse uma forma de controlar os danos. Era ter, no fundo, uma agência nacional que pudesse eventualmente identificar necessidades e procurar ajustar as pessoas que tivessem vontade", afirmou Paulo Rangel.
Questionado pelos jornalistas, à entrada para uma reunião do Conselho Nacional do PSD, num hotel de Lisboa, Paulo Rangel disse não ver "motivo para escândalo" nas declarações do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sobre a emigração dos professores que não conseguem colocação nas escolas portuguesas.
No entender do ex-líder parlamentar do PSD, a posição assumida pelo primeiro-ministro, apontando a emigração como uma opção para essas pessoas, não devia suscitar escândalo: "Pelo contrário, ela devia suscitar um debate sério na sociedade portuguesa, para tentarmos, na medida do possível, acomodar as necessidades do País em termos de mercado de trabalho no exterior".

Cf. também:

23:58 | Posted in , , | Read More »

Ministro dos Assuntos Parlamentares orgulhoso dos portugueses em dificuldades que emigraram

Leio no Jornal i:
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, afirmou hoje o seu “orgulho” nos portugueses que “em dificuldades” partiram para Moçambique e “agora estão a ter sucesso na construção do país”, comentando as declarações do primeiro-ministro publicadas no domingo.
Em entrevista ao “Correio da Manhã” publicada no domingo, Pedro Passos Coelho admitiu que os professores portugueses podem olhar para o mercado da língua portuguesa, principalmente para o Brasil e Angola, como uma alternativa ao desemprego que afeta a classe em Portugal.
Instigado pelos jornalistas a comentar estas declarações, Miguel Relvas disse que “as declarações do primeiro-ministro são muito claras e objetivas”, criticando que “quem tem uma visão conservadora e desadequada da realidade não consegue acompanhar aquele que é o sinal dos tempos”.
O ministro dos Assuntos Parlamentares confessou hoje um “grande orgulho” por ter visto, na sua última viagem a Moçambique, “jovens portugueses com formação superior que estão a ter sucesso na construção daquele país”. Miguel Relvas afirmou que “todos os dias se encontram homens e mulheres portugueses que tiveram dificuldades perante as atuais circunstâncias de viver em Portugal e partiram para outros países”. O governante considerou que estes emigrantes “são uma fonte de orgulho” e “demonstram que sempre que os portugueses têm uma visão universalista têm sempre sucesso”.
Questionado sobre se estava a sugerir a emigração para Moçambique, depois da sugestão feita por Passos Coelho para o Brasil e para Angola, o ministro negou a sugestão e recusou-se a prestar mais declarações aos jornalistas.

23:38 | Posted in , , | Read More »

Primeiro-ministro sugere a emigração a professores desempregados

Leio no Público:
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sugere que os professores desempregados emigrem para países lusófonos, realçando as necessidades do Brasil.
Questionado sobre se aconselharia os “professores excedentários que temos” a “abandonarem a sua zona de conforto e a “procurarem emprego noutro sítio”, Passos Coelho respondeu: “Em Angola e não só. O Brasil tem também uma grande necessidade ao nível do ensino básico e secundário”, disse durante uma entrevista com o Correio da Manhã, que foi publicada hoje.
Pedro Passos Coelho deu esta resposta depois de ter referido as capacidades de Angola para absorver mão-de-obra portuguesa em sectores com “tudo o que tem a ver com tecnologias de informação e do conhecimento, e ainda em áreas muito relacionadas com a saúde, com a educação, com a área ambiental, com comunicações”.
“Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm, nesta altura, ocupação. E o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos”, disse ainda o primeiro-ministro. “Estamos com uma demografia decrescente, como todos sabem, e portanto nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que, das duas uma: ou consegue nessa área fazer formação e estar disponível para outras áreas ou, querendo manter-se sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado da língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa”, explicou.

Portugal é um dos países da Europa com menores níveis de escolarização da população, segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano de 2011, publicado no mês passado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Enquanto em Portugal a escolarização média da população com mais de 25 anos era de 7,7 anos, na Grécia e em Itália era de 10,1 anos, em Espanha de 10,4. Na Alemanha era de 12,2 e nos EUA de 12,4.
Para as crianças que entram agora na escola, esta diferença é bastante menor: o número de anos de escolaridade esperados era de 15,9, no caso de durante a vida da criança se mantiverem as taxas de escolarização actuais, o que pode estar em causa dada a dimensão da crise. Em Espanha era de 16,6 anos, na Irlanda de 18 e na Alemanha de 15,9.

Cf. também:

11:38 | Posted in , , | Read More »

Investimento dos países do euro no Brasil cresce 120% em 2011

por Ilton Caldeira

A crise aguda de endividamento nos países da União Europeia tem ampliado o volume de recursos vindos daquela região em direção ao Brasil, na forma de Investimento Estrangeiro Direto (IED), em busca de melhores opções de retorno e proteção contra a turbulência financeira que afeta o bloco econômico.
Levantamento elaborado com base em dados do Banco Central, mostra que no período de janeiro a outubro de 2011 houve um crescimento de 120% nos recursos investidos no Brasil pelo grupo de 17 países que utilizam o euro como moeda única. Nos dez primeiros meses do ano foram computados pelo BC um total de US$30,869 bilhões em Investimentos Estrangeiros Diretos realizados pelos países do bloco. No mesmo período, em 2010, esse volume totalizou US$ 14,008 bilhões.

Fugindo da crise na Europa


A forte entrada de recursos externos no País, principalmente da Europa, está ligada diretamente ao bom desempenho da economia brasileira, que, apesar da recente desaceleração, ainda cresce mais que as chamadas economias maduras como a zona do euro, os Estados Unidos e o Japão.
Parte desse movimento de fortes investimentos no Brasil também está relacionado com as obras de infraestrutura para o País realizar a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016 no Rio de Janeiro.
Obras do futuro estádio do Corinthians, que receberá a abertura da Copa em 2014: investimento estrangeiro cresce com foco em oportunidades geradas pelo mundial de futebol

Entre os destaques, a lista de países que mais investiram este ano no Brasil tem a Holanda na liderança com investimentos totais de US$ 15,8 bilhões este ano até outubro, uma alta de 324% na comparação com o mesmo período de 2010.
Na segunda posição está a Espanha, com US$ 7,5 bilhões em investimentos no Brasil em dez meses, com um aumento de 761% em relação ao período de janeiro a outubro do ano passado. Esse movimento é explicado em grande parte pelo fato de o país ser um dos mais afetados pela crise e amargar a maior taxa de desemprego da Europa, que atinge 20,7% da população em idade produtiva. Com isso, as empresas daquele país procuram regiões com maior potencial de crescimento e farto mercado consumidor.
Em termos percentuais, as maiores variações de 2010 para 2011, observando o período de janeiro a outubro, foram verificadas nos investimentos diretos feitos pela Finlândia (5.400%), Irlanda (1.944%), Chipre (870%), Espanha (761%) e Bélgica (691%).
Esse aumento do investimento da zona do euro no Brasil, segundo o professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) Maurício Santoro, é um sinal de que a atual crise será longa. “As empresas daquela região precisam seguir com seus planos de expansão e crescimento de receitas e lucros. Se não conseguem crescer em seus mercados de origem procuram alternativas”, disse.
“Muitas empresas europeias apostam na força do mercado doméstico do Brasil. Essa estratégia de investimento é um movimento de empresas e não de governos, muito em função das oportunidades com o pré-sal, a Copa do Mundo, as Olimpíadas, além das obras de infraestrutura e de habitação dentro do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC)”, acrescentou.
O Banco Central não divulga os dados conjuntos por país de origem e a área de destino dos investimentos no Brasil para não comprometer o sigilo de estratégias de negócios de grandes empresas multinacionais com alto volume de recursos aplicados no País.
Mas setores como energia elétrica, comércio varejista, produção de alimentos, metalurgia, petróleo e gás, farmacêutico, educação, serviços financeiros e bancários, tecnologia, transportes, infraestrutura aeroportuária e telecomunicações estão no foco dos investidores estrangeiros.

 Plataforma da Petrobras na região do pré-sal: setores de energia e petróleo estão no radar dos investidores estrangeiros  

Para Antonio Corrêa de Lacerda, professor doutor de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), essa ampliação dos investimentos da zona do euro no Brasil embute uma contradição, em termos, porque em tempos de crise o natural seria uma redução e não o aumento desse movimento. “Mas essa turbulência na Europa é uma crise de governos e não das empresas. O investimento cresce porque as companhias precisam reagir, já que a Europa apresenta pouca perspectiva”, disse.
“Investir nos Estados Unidos parece fora de questão no momento. Na China, muitas empresas já estão posicionadas e com uma exposição significativa. Então é natural que os investimentos acabem indo para regiões com perspectivas positivas de crescimento como o Brasil”, acrescentou.
O Brasil é a sétima economia do mundo, tem sinais de desaceleração, mas deve crescer este ano cerca de 3% sobre uma base forte de 7,5%, que foi o PIB em 2010.
“Para 2012, as perspectivas apontam para um crescimento também na faixa de 3%, que é maior que o avanço das economias maduras. Isso significa que a economia brasileira pode registrar uma expansão entre 13% e 14% no acumulado em três anos. A Europa vai demorar muito, talvez mais de dez anos, para oferecer uma possibilidade parecida com essa”, disse Lacerda.
De acordo com os dados do Banco Central, no ano, de janeiro a outubro, ingressaram no País US$ 56,001 bilhões em IED, o maior resultado da série histórica em 64 anos. Esse desempenho é 90,8% maior frente ao mesmo período do ano passado, quando o investimento estrangeiro totalizou US$ 29,345 bilhões.
O investimento realizado pelos estrangeiros no Brasil é importante para que o País possa equilibrar suas contas financiando o déficit com o setor externo verificado nos últimos anos. O País financia este déficit com a entrada de dólares que ingressam na forma de investimentos estrangeiros em setores produtivos.
Mas o outro lado dessa mesma moeda é que a elevação na entrada de dólares no Brasil derruba a cotação da divisa e valoriza o real, aprofundando ainda mais o rombo nas contas externas com o aumento das importações, a elevação gastos de turistas brasileiros no exterior e a remessa de lucros de empresas estrangeiras instaladas no Brasil para as suas matrizes fora do País.

# Vale conferir:

 Grandes investimentos: Conheça as obras que estão mudando a cara do Brasil

 A década dos grandes grupos: Veja o faturamento das 20 maiores empresas privadas brasileiras de capital nacional entre 2000 e 2010

(...)

Perspectiva de emprego no Brasil é melhor

Os brasileiros sempre formaram a maior comunidade estrangeira em Portugal. Porém, o número disparou após o Acordo Lula, que permitiu a regularização de aproximadamente 20 mil pessoas entre 2005 e 2008. Hoje, são 116 mil moradores legais, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), mas estima-se que exista quantidade semelhante de clandestinos.

Desemprego cruzado

Enquanto o desemprego cai no Brasil, o índice sobe em Portugal (ver gráfico). Depois de uma primeira onda de imigração qualificada na década de 1970, Portugal começou, a partir das décadas de 1980 e 1990, a ser procurado por brasileiros com menos estudo e capacitação profissional, segundo o estudo Vagas Atlânticas, feito por Universidade de Coimbra, Universidade Técnica de Lisboa (UTL) e Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa (ISCTE), divulgado em 2009.
Em 2009, quando foi feito uma pesquisa com 1,4 mil brasileiros, um em cada cinco trabalhadores exercia ocupações não-qualificadas. Isso apesar de 60% terem o ensino médio concluído.
Para Carolina Nunan, que pesquisa a migração brasileira na UTL, o perfil não tende a se alterar no curto prazo, já que a baixa perspectiva de emprego em Portugal atinge tanto ocupações qualificadas como não-qualificadas. “A perspectiva [de trabalho] é muito melhor no Brasil, tanto para o pintor, como para a cuidadora de idosos quanto para médicos e engenheiros”, diz.

(...)

Em meio à crise, portugueses tentam ganhar a vida no Brasil e em Angola

Rita escolheu o Brasil, mas seu pai Homero gosta mais de Angola: a família Costa resume os destinos preferidos de vários portugueses que deixam seu país fugindo de uma grave crise financeira.
"Em Portugal, os próximos anos serão muito duros. Não consigo encontrar um trabalho com um salário que permita que eu me sustente", afirma a jovem que não teve outra escolha a não ser viver na casa de seus pais em Lisboa.
"Estou cheia de amigos na mesma situação, que já saíram ou que estão prestes a sair. Eles até me pedem para distribuir seus currículos quando eu chegar ao Brasil", disse ela.
Como Rita, cada vez mais pessoas deixam o país. Oficialmente, seu número chegou a cerca de 30.000 em 2010, mas, de acordo com Rui Pena, coordenador científico do Observatório de Emigração, este número pode ser superior a 70.000 para uma população economicamente ativa de pouco mais de 5 milhões de pessoas.
Atualmente recebendo ajuda financeira internacional, Portugal segue os planos de austeridade desde 2010 e as perspectivas são desanimadoras: em 2012 a economia deve se contrair em 2,8% do PIB, e o desemprego atinge o nível recorde de 13,4%, afetando mais os jovens.
Neste contexto, a emigração surge para muitos como uma escolha evidente, sobretudo, em um país onde este fenômeno está estreitamente ligado a sua história.

Salários maiores

Depois de França, Bélgica e Luxemburgo nos anos 60 e 70, as ex-colônias portuguesas, com Angola e Brasil à frente, estão entre os destinos preferidos dos portugueses, não apenas em razão de afinidades culturais entre países lusófonos, mas também por sua vitalidade econômica.
"Estes países oferecem hoje oportunidades que não se encontra mais em Portugal: melhores condições de trabalho, salários muito superiores", multiplicados às vezes por três ou quatro, explica à AFP Herminio Santos, autor de um guia para aqueles que desejam viver em Angola.
"Em Angola, os setores que recrutam são muitos. Eles vão da hotelaria ao mercado financeiro, passando pelo de tecnologia da informação e de gestão. O 'know-how' português é muito apreciado", ressalta.
A economia angolana em plena expansão, principalmente graças ao petróleo, deve registrar no próximo ano um crescimento de 12% depois de vários anos de uma guerra civil que chegou ao fim em 2002.
A grande maioria dos portugueses que partem para Angola já tem contrato de trabalho, o que facilita a obtenção do visto. Já para o Brasil, eles não precisam de visto para viagens turísticas e podem buscar trabalho com mais facilidade.
"Sobre o visto de trabalho, eu me informarei quando chegar ao Brasil", afirma Rita, decidida a viver no país para se beneficiar do boom econômico de um país que sediará a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
Seu pai, Homero Costa, foi o primeiro a encorajá-la. "Eu a apoio totalmente!", disse este homem de 61 anos, empresário do setor imobiliário, que pretende fechar sua empresa de 80 funcionários para emigrar também.
"Talvez para Angola, que eu já conheço", afirma antes de ressaltar que em Portugal "não haverá mais muitos investimentos, nem grandes obras públicas nos próximos anos!"
De acordo com dados recentes do Observatório de Emigração, em 2009 mais de 23.700 pessoas emigraram para Angola, onde já vivem cerca de 100.000 portugueses. No Brasil, eles são estimados em por volta de 213.000.
O Brasil atrai uma mão de obra essencialmente qualificada, assim como muitos jovens em busca de um primeiro emprego. Os arquitetos e os engenheiros estão entre os mais solicitados.

via AFP - 21/11/2011

Crise provoca inversão de papéis e Portugal pede apoio a Angola

Numa inversão de papéis em relação à época colonial, o primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, disse que seu governo olharia "muito favoravelmente" para um possível investimento de Angola no programa português de privatização de ativos de 7 bilhões de euros. "Queremos aproveitar este momento de crise econômica e financeira para fortalecer nossas relações bilaterais em diferentes setores de nossos países", disse Passos Coelho em Luanda, onde se reuniu com o presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
Logo após proclamar sua independência de Portugal em 1975, Angola enfrentou uma guerra civil que acabou somente em 2002. Nesses últimos nove anos, o país africano vem reconstruindo sua infraestrutura, impulsionado pela indústria petrolífera. No ano que vem, deve crescer 12%, enquanto para Portugal a projeção é de uma contração de 2,8% do PIB. "Estamos cientes da dificuldade que o povo português tem enfrentado recentemente para pôr fim à crise", disse o presidente angolano.
Segundo a agência de notícias local Angop, Santos afirmou que seu país está pronto para ajudar o ex-colonizador. "Uma reversão de papéis dessa magnitude no período pós-colonial não tem precedentes", disse ao Financial Times o diretor do Instituto de Relações Internacionais e Segurança Português, Paulo Gorjão. "O desafio é tornar isso mutuamente benéfico para os dois países." A crise tem levado muitos portugueses a emigrar para sua ex-colônia.
De acordo com o observatório de emigração de Portugal, o número de portugueses em Angola saltou de 21 mil em 2003 para 91,9 mil no ano passado, enquanto o de angolanos em Portugal era de 26,5 mil em 2009, mil a menos que no ano anterior. Além disso, companhias angolanas possuem fatias acionárias importantes em diversas grandes empresas e bancos portugueses. É o caso da petroleira Sonangol, principal acionista do Millenium BCP, um dos maiores bancos de Portugal. Na visita, Passos Coelho disse que não faria objeção caso a empresa queira comprar também uma fatia na portuguesa Galp Energia.

via Valor Online - 18/11/2011

Portugueses 'redescobrem' o Brasil atrás de oportunidades profissionais

Estudos em consultoria em golfe já haviam levado o português Miguel Palhota à Espanha e aos EUA, mas ele nunca imaginou que encontraria suas melhores oportunidades profissionais no país do futebol. No Brasil desde janeiro, Miguel e seu irmão, Paulo, que chegou há três meses, estão entre os portugueses que desembarcaram aqui atraídos por um mercado de trabalho aquecido, num momento de grave crise econômica em Portugal.
“Nunca pensei em vir trabalhar na América do Sul; sempre achei que meu caminho seria trabalhar em Portugal, em outro país europeu ou nos Estados Unidos", diz Miguel, de 30 anos, à BBC Brasil.
"(Mas) grande parte dos investidores está olhando para o Brasil como destino de investimentos. Isso pode abrir oportunidades que no momento não temos em Portugal."
Depois de se formar em educação física em sua terra natal e cursar consultoria em campos de golfe na Espanha e nos Estados Unidos, ele acabou se tornando gerente de um clube de golfe em São Paulo. "Atualmente, o Brasil pode me oferecer o que Portugal não pode: estabilidade", diz ele.
Seu irmão Paulo, geógrafo de 27 anos, está trabalhando em uma operadora de turismo. "O Brasil nos dá uma oportunidade de evoluir e crescer, e ainda há a vantagem de, em breve, podermos presenciar a Copa do Mundo (de 2014) e as Olimpíadas (de 2016)", diz. "A piadinha sobre portugueses é inevitável, mas a receptividade brasileira é maior do que isso."

Crise e adaptação

Um dos países mais afetados pela atual crise europeia, Portugal precisou recorrer neste ano a um pacote de resgate financeiro externo para conseguir pagar suas dívidas e enfrenta riscos de recessão econômica em 2012.
Os altos índices de desemprego e as duras medidas de austeridade – exigidas pelos credores europeus em contrapartida ao pacote de resgate – têm aumentado os impostos, cortado benefícios e estimulado parte da população a buscar oportunidades fora do país.
O Brasil é um destino lógico por conta da expansão de sua economia e do mesmo idioma, o que facilita o processo de adaptação. O português Salvador Simões Almeida, de 27 anos, morou pela primeira vez no Brasil em 2006, quando ainda era estudante. Hoje trabalha como corretor de um banco de investimentos em São Paulo.
"Em Portugal, as conversas, as histórias que me contam e as notícias giram em torno da crise, e por aqui o clima é totalmente oposto", afirma. Segundo Almeida, os salários que as empresas portuguesas se propõem a pagar não são bons para pessoas bem qualificadas, ao contrário do que está acontecendo no Brasil. "Todos os dias eu recebo currículos de amigos que querem vir para cá", diz.
Além do idioma, "o bom clima do Brasil e atmosfera alegre atraem estrangeiros ao país", afirma o headhunter Robert Wong. "O Brasil é um país em crescimento, mas há falta de especialistas, especialmente em áreas técnicas, informática e até marketing. Para pessoas com esse perfil, vir para cá é uma grande oportunidade."
Para ele, há espaço para a vinda de estrangeiros sem que se crie um clima de "disputa por empregos" com a população local - "se o brasileiro souber entender que (o estrangeiro) vem para complementar, e não para agredir", agrega.

Caminho de volta

Wong destaca que o bom momento político e econômico do Brasil também tem trazido brasileiros de volta ao país – alguns deles vindos justamente de Portugal.
A publicitária Larissa Kitahara, 28 anos, morou quatro anos em Portugal e voltou em dezembro de 2010.
"Percebi que lá dificilmente haveria uma projeção de crescimento salarial ou profissional, o que me desmotivava", conta. "No Brasil, vejo como as pessoas estão numa fase mais empreendedora, porque têm ambição e pensam em tirar proveito dessa situação boa."
via BBC Brasil - 16/12/2011

Crise na Espanha empurra imigrantes latino-americanos para o Brasil

Entre 2003 e 2007, a Espanha recebeu dezenas de milhares de imigrantes, mas a crise econômica que persiste no país está alterando o fluxo migratório. Sem emprego no presente e sem perspectivas para o futuro, os estrangeiros procuram saídas em outros lugares. E o Brasil virou meta para os latino-americanos de baixa formação.
De acordo com quatro relatórios que investigam as respostas dos imigrantes diante da crise, o Brasil aparece entre os três destinos preferidos de sul-americanos hispânicos (junto com Estados Unidos e Argentina) como opção para conseguir emprego.
Uma pesquisa da agência de empregos Randstad revelou que 65% dos imigrantes ilegais na Espanha estão pensando ou decididos a trocar a Europa por outro mercado se não encontrarem trabalho até 2012.
Os estudos antecipam um fluxo que já pode ter começado. Em 2010, pela primeira vez nos últimos 35 anos, a Espanha registrou uma taxa de saída de população ativa maior do que a de entrada.
No ano passado, 48 mil imigrantes chegaram e 43 mil estrangeiros retornaram aos seus países de origem, mas 90 mil espanhóis também foram morar no exterior.
O ritmo de redução é tão vertiginoso que em cinco anos o fluxo de chegada pode ser praticamente nulo. Pelas previsões da Fundação de Estudos de Economia Aplicada, se a crise se mantiver como agora, em 2014 chegariam apenas 3 mil imigrantes.

Saídas 

Josep Oliver, professor de economia da Universidade Autônoma de Barcelona e um dos autores do Anuário de Imigração da Espanha, do Ministério do Interior, disse à BBC Brasil que “80% dos imigrantes não têm outras saídas além do aeroporto rumo a mercados com melhores opções, como o Brasil, que oferece oportunidades sólidas”.
A pesquisa Mobilidade Laboral, da Randstad, indica que a Espanha perdeu interesse para o trabalhador estrangeiro de baixa formação.
A razão é o perfil destes imigrantes, cujos currículos se limitam a ofícios relacionados a áreas que não se reativam, como serviços e construção.
O setor de construção foi precisamente o que detonou a crise de desemprego. De 2008 a 2010 quebraram mais de 200 mil empresas do ramo, que davam trabalho a 70% dos imigrantes sul-americanos, segundo dados oficiais.
Os estrangeiros entrevistados na pesquisa responderam que querem sair da Espanha, mas temem crises políticas e econômicas na América Latina e só vêem bonança financeira no Brasil, onde criticam a falta de segurança pública.
Mais ainda assim estão convencidos de que se não encontrarem emprego até 2012, o caminho é o aeroporto. Estados Unidos, Brasil ou Argentina, na ordem dos mais votados.

Alta formação 

O Brasil também aparece como opção para espanhóis de alta formação.Um estudo elaborado pela consultora Adecco e pela Universidade de Navarra indica que os espanhóis com alto grau de formação e que também foram atingidos pela crise colocam o Brasil como um dos seis destinos preferidos para emigrar por emprego.
O mercado brasileiro é visto como opção para 55% dos entrevistados, junto com Alemanha, França, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Argentina.
O perfil médio dos interessados em cruzar o Atlântico é de homens, entre 25 e 35 anos, com formações em engenharia, arquitetura, informática, medicina, biologia e investigação científica.
“Que engenheiro ou arquiteto não quer ir para o Brasil, de olho nas obras de infraestrutura? Está tudo por fazer, e agora há também recursos, referências de empresas espanholas já estabelecidas e a abertura ao (idioma) espanhol”, disse à BBC Brasil o professor de Economia da Universidade de Navarra Sandalio Gómez, autor do relatório apresentado em janeiro.
“Essas pessoas entendem que insistir aqui é uma perda de tempo. O Brasil cresce a uma velocidade que nenhum país da Europa pode se comparar”, concluiu.
Os dados do Instituto Nacional de Estatística confirmam a tendência. Até janeiro de 2011, havia 1,8 milhão de espanhóis morando em outros países; 92.260 no Brasil, um aumento de 10.071 pessoas em um ano no território brasileiro.

Problemas 

Mas, apesar das oportunidades, o país perde para outros destinos em vários quesitos. Os entrevistados da pesquisa ressaltam insegurança, falta de serviços públicos de qualidade, instabilidade econômica e jurídica para quem quer criar um negócio próprio e a distância de seus lugares de origem como barreiras a levar em consideração.
O governo espanhol reforça estas conclusões. A diretora-geral do Departamento de Emigração, (que estuda as condições dos espanhóis em outros países), Pilar Pin, define como impedimentos as carências nos sistemas de seguro-desemprego, rede púbica de saúde e educação e a legislação trabalhista.
Em um relatório oficial apresentado em maio depois de uma visita a Brasília, Pin afirmou que o Brasil tem “enorme potencial com seus iminentes eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, além de obras para abastecimento de energia, proteção ambiental e turismo".
Apesar disso, o relatório observa: “A legislação de implantação de empresas no Brasil é restritiva demais. Nossos trabalhadores vão com licença de obra. No final do contrato encontram muitas dificuldades para estabelecer-se por conta própria”.
Mesmo assim, segundo o relatório, as autoridades brasileiras calculam que faltam 1,9 milhão de profissionais de alta qualificação. Uma lacuna que os espanhóis poderiam ocupar.

Desempregada na Espanha, boliviana investe todas as poupanças para se mudar para o Brasil

Trocar o interior da Bolívia por uma ilha no Mediterrâneo foi um desafio para Mariluz Carballo. Mas a crise acabou com os sonhos dela. Após quatro meses desempregada em Palma de Mallorca, ela está fechando as malas para rumar a São Paulo em busca de trabalho.
Sem saber o que lhe espera, seu único medo é ser discriminada no Brasil. Mariluz, de 32 anos, nascida na província boliviana de Beni, deixa para trás cinco anos na Espanha, de onde nunca saiu nesse período com medo de não poder voltar a entrar por falta de documentação.
Chegou com um trabalho garantido como faxineira num hotel de Mallorca. Com a crise, o administrador do hotel reduziu o pessoal e a solução para Mariluz foi seguir o aviso de um compatriota: “Em São Paulo tem lugar para você”.
“Eu vou com um trabalho certo, que foi o que me garantiram. Numa fábrica pequena de costura onde trabalham já três bolivianas da minha região. É bom porque pelo menos com elas posso falar espanhol (risos)... Só tenho medo de racismo. É verdade que os brasileiros são racistas com os bolivianos?”, perguntou à BBC Brasil.
O dinheiro da passagem para São Paulo era o que Mariluz guardava para uma eventual volta à Bolívia, sem data definida. Agora virou investimento, porque na Espanha gastou o que restava, sobrevivendo nos quatro meses sem trabalho.

Promessas 

“Estou apostando o que sobrou nesta ida para o Brasil. Meu futuro e do meu filho dependem disso”, conta. Mariluz é tímida e se emociona ao lembrar do filho de sete anos que mora com a avó em Beni e das promessas que lhe fez quando imigrou para a Espanha.
Desde então só o vê pela internet e diz que encontrou no Brasil uma solução para manter as promessas.
A família conta com as mesadas do exterior para os gastos de casa, escola e brinquedos para o filho.
“Eu preferia ficar aqui, porque o euro vale mais. Mas não tenho nem tempo de escolher. Como digo ao meu filho que agora a mamãe não tem trabalho e ele não vai ter mais a comida, a roupa e os brinquedos de antes?”, diz.
“A Espanha não melhora e não dá para esperar mais. É muita angústia. Estão dizendo que o Brasil agora é que está bem e eu vou já no fim do mês”, relata.

Efeito chamada 

O exemplo de Mariluz não é único. A Associação de Cooperação Bolívia-Espanha (Acobe) não tem cifras exatas, mas afirma que “existe um efeito chamada (no qual os primeiros imigrantes chamam os demais a seguir seu rumo) e isso é notório”, disse à BBC Brasil o coordenador geral da ONG, Hugo Bustillos.
A organização que registra cerca de 500 mil imigrantes bolivianos na Espanha confirma que a crise “está provocando um remanejamento dos trabalhadores para lugares onde outros compatriotas têm aberto caminhos”.
Segundo Bustillo, o Brasil é um desses lugares. O país está entre os destinos mais procurados por bolivianos junto com Argentina, Espanha e Estados Unidos.
“Estamos basicamente no ramo de pequenas fábricas de roupa em São Paulo. Há muitos bolivianos abrindo seus próprios negócios, contratando compatriotas para a costura feminina”, relata.
Outro fator é a moeda. “A diferença entre o real e o dólar é pouca e isso é praticamente uma garantia na hora do câmbio para mandar as remessas para as famílias”, explicou.
A Acobe calcula que o número de bolivianos no Brasil esteja em torno de 250 mil atualmente, a maioria no Estado de São Paulo.
Segundo a Organização Mundial para Migrações (OIM), os estrangeiros que mais migram para o Brasil são os bolivianos, os paraguaios, os peruanos, os equatorianos, os guianeses e os surinameses.

via BBC Brasil

# Ver vídeo: Espanha regista desemprego recorde e Lado positivo da crise na Espanha

Cf. também:


e ainda:

10:15 | Posted in , , | Read More »

Eletricidade 4% mais cara em 2012

Leio no Expresso:
A fatura de eletricidade dos portugueses vai aumentar 4% em 2012, o que representa um acréscimo de €1,75 numa fatura média de €50, divulgou hoje a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).


Vale continuar a ler as nuances da má notícia, clicando no link em baixo.

O aumento de 4% hoje anunciado foi o valor proposto pelo regulador do mercado, tendo por isso recebido o parecer favorável do Conselho Tarifário, da Autoridade da Concorrência e dos serviços competentes das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, resultando do adiamento excecional para os anos seguintes de cerca de mil milhões de euros bem como a introdução de preços de entrada nas redes a pagar pelos produtores, anteriormente paga integralmente pelos consumidores.
A tarifa social, que vai beneficiar cerca de 666 mil clientes vulneráveis, vai ter um acréscimo de 2,3%, representando cerca de 57 cêntimos numa fatura média mensal de €26 euros já com o IVA de 23% incorporado.
Em relação aos restantes 4,7 milhões de clientes domésticos, o aumento das tarifas de venda a clientes finais para 2012 é de €1,75 para uma fatura média mensal de €50 euros, o que também já prevê a atualização do IVA para 23%, adianta o regulador do mercado.

Principais fatores para a subida

Para a ERSE, os principais fatores que provocaram um aumento das tarifas para 2012 estão relacionados com o custo da matéria-prima nos mercados internacionais, que se prevê superior a 25% relativamente a 2011, os incentivos económicos dados à produção em regime especial (renováveis e cogeração), que serão atenuados pelo alisamento quinquenal e a evolução do consumo de energia elétrica, em que se antecipa uma queda de 3% relativamente a este ano.
Em relação aos Custos de Interesse Económico Geral (CIEG), que impactam em mais de 50% na fatura de eletricidade dos portugueses, a ERSE revela que este item tem uma "tendência acentuada de crescimento" desde 2000, mas que, em 2012 baixará devido "ao efeito da subida do preço de energia em mercado", fator que faz baixar o sobrecusto das renováveis e cogeração.
Em termos de défice tarifário, a entidade reguladora estima que se situe nos €1.628 milhões em 2012 contra os atuais €1.758 milhões.

DECO exige redução dos custos políticos

A DECO defendeu hoje que o aumento da fatura da eletricidade em 4 por cento, hoje anunciado, "esconde um agravamento muito superior" e exigiu uma redução de 30 por cento dos custos políticos até 2013.
A associação de defesa dos consumidores lembra que a fatura já foi agravada em 16 por cento, com a subida da taxa do IVA, em outubro, e sublinha que o Governo adiou a cobrança de mil milhões de euros, correspondente a cerca de 50 por cento dos Custos de Interesse Económico Geral (CIEG), mas que os consumidores terão de suportar estes custos mais tarde.
"Estes custos, resultantes de opções políticas e medidas legislativas para subsidiar o setor, já deveriam ter sido reduzidos, tal como exigiu a DECO e 170 mil assinantes da petição entregue na Assembleia da República em 2010", reivindicou, num comunicado.
A DECO pede, por isso, "um plano concreto de redução dos CIEG com o objetivo de uma redução de 30 por cento desses custos até 2013".
A associação considera que esta é a única maneira de reduzir a fatura de eletricidade e caminhar para a sustentabilidade do setor, salientando que a própria 'troika' recomendou uma revisão destes custos no memorando de entendimento assinado com o Governo.
"O Governo ignorou essa recomendação, embora tenha sido lesto a antecipar outra - a subida do IVA. É uma política de dois pesos e duas medidas, sempre desfavorável ao consumidor, que a DECO nunca poderá aceitar", conclui o comunicado.

[ACTUALIZADA]

18:12 | Posted in , | Read More »

Média de homicídios no Brasil é superior à de guerras, diz estudo

Leio na BBC:
Com 1,09 milhão de homicídios entre 1980 e 2010, o Brasil tem uma média anual de mortes violentas superior à de diversos conflitos armados internacionais, apontam cálculos do "Mapa da Violência 2012", produzido pelo Instituto Sangari e divulgado nesta quarta-feira.
O estudo também conclui que, apesar da redução das mortes violentas em diversas capitais do país, o Brasil mantém um índice epidêmico de homicídios - 26,2 por 100 mil habitantes -, que têm crescido sobretudo no interior do país e em locais antes considerados "seguros".
Calculando a média anual de homicídios do país em 30 anos, Julio Jacobo Waisefisz, pesquisador do Sangari, chegou ao número de 36,3 mil mortos no ano - o que, em números absolutos, é superior à média anual de conflitos como o da Chechênia (25 mil), entre 1994 e 1996, e da guerra civil de Angola (1975-2002), com 20,3 mil mortos ao ano.
A média também é superior às 13 mil mortes por ano registradas na Guerra do Iraque desde 2003 (a partir de números dos sites iCasualties.org e Iraq Body Count, que calculam as mortes civis e militares do conflito).
"O número de homicídios no Brasil é tão grande que fica fácil banalizá-lo", disse Waisefisz à BBC Brasil.
"Segundo essas mesmas estatísticas (feitas a partir de dados do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde), ocorreram, em 2010, quase 50 mil assassinatos no país, com um ritmo de 137 homicídios diários, número bem superior ao de um massacre do Carandiru por dia", diz o estudo, em referência à morte de 111 presos no centro de detenção do Carandiru (SP), em 1992.


Violência nos Estados


Por um lado, o "Mapa da Violência" vê motivos para otimismo: o Brasil estabilizou suas taxas de homicídio e conseguiu conter a espiral de violência em Estados como São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeiro (onde, entre 2000 e 2010, o número de homicídios caiu respectivamente 63,2%, 20,2% e 42,9%).
Por outro lado, o estudo aponta que "nossas taxas ainda são muito elevadas e preocupantes, considerando a nossa própria realidade e a do mundo que nos rodeia, e não estamos conseguindo fazê-las cair".
"Estados que durante anos foram relativamente tranquilos, alheios à fúria homicida, entram numa acelerada onda de violência", diz a pesquisa.
É o caso, por exemplo, de Alagoas, que, com 66,8 homicídios por 100 mil habitantes em 2010, se tornou o Estado com o maior número de mortes violentas (era o 11º em 2000).
O Pará, que era o 21º Estado com mais mortes violentas em 2000, subiu para a terceira posição em 2010, com uma taxa de 45,9 homicídios por 100 mil habitantes.
Vários fatores podem explicar essa migração, diz o estudo: o investimento em segurança nas grandes capitais e suas regiões metropolitanas, fazendo com que parte do crime organizado migrasse para áreas de menor risco; melhoras no sistema de captação de dados de mortalidade, fazendo com que mortes antes ignoradas no interior pudessem ser contabilizadas; e o fato de algumas partes do país terem se tornado polos atrativos de investimento sem que tivessem recebido, ao mesmo tempo, investimentos em segurança pública.
Além disso, muitas regiões mais afastadas dos grandes centros também são locais de conflitos agrários ou ambientais, zonas de fronteira ou rotas do tráfico - fatores que tendem a estimular a violência.

Interior mais violento


É nesse cenário que a violência brasileira tem se descentralizado e se tornado um fenômeno crescente no interior, aponta Waisefisz.
No estudo, ele detectou "a reversão do processo de concentração da violência homicida, que vinha acontecendo no país desde 1980".
"A disseminação e a interiorização tiveram como consequência o deslocamento dos polos dinâmicos da violência: de um reduzido número de cidades de grande porte para um grande número de municípios de tamanho médio ou pequeno. Se as atuais condições forem mantidas, em menos de uma década as taxas do interior deverão ultrapassar as das capitais e regiões metropolitanas país."
Assim, cidades pequenas como Simões Filho (BA), com 116 mil habitantes, Campina Grande do Sul (PR), com 37,7 mil habitantes, e Marabá (PA), com 216 mil, passaram a liderar, nesta ordem, o ranking de municípios com as maiores taxas de homicídio por 100 mil habitantes.

Taxas gerais


Em geral, o Brasil viu suas taxas de homicídio crescerem quase constantemente entre 1980 e 2003, quando chegou
a 28,9 mortes por 100 mil habitantes. A partir desse ano, os índices se reduziram e, com algumas oscilações, se estabilizaram.
Nesses 30 anos, a população também cresceu, embora de forma menos intensa, aponta o "Mapa da Violência". "Passou de 119 milhões para 190,7 milhões de habitantes, crescimento de 60,3%. Considerando a população, passamos de 11,7 homicídios em 100 mil habitantes em 1980 para 26,2 em 2010. Um aumento real de 124% no período."
Também preocupa o fato de a violência ainda incidir de forma muito mais intensa entre a população negra. Segundo o estudo, em 2010 morreram, proporcionalmente, 139% mais negros do que brancos no país.

Homicídios no Brasil

Em 2010, o país registrou 49,9 mil mortes violentas. No total de 30 anos (1980-2010), esse número chegou a 1,09 milhão
Taxa de homicídios:
  • Em 2010: 26,2 por 100 mil habitantes, número considerado epidêmico por padrões internacionais
  • Em 2009: 27 por 100 mil habitantes
Estados com mais homicídios por 100 mil habitantes:
  • Alagoas, Espírito Santo, Pará, Pernambuco e Amapá
Estados onde cresceram os homicídios entre 2000 e 2010:
  • Pará (332%), Bahia (332,4%), Maranhão (329%), entre outros
Estados onde caiu a incidência de homicídios entre 2000 e 2010:
  • São Paulo (-63,2%), Rio de Janeiro (-42,9%), Pernambuco (-20,2%), entre outros
Cidades com maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes em 2010:
  • Simões Filho (BA) - 146,4
  • Campina Grande do Sul (PR) - 130
  • Marabá (PA) - 120,5
Fonte: Mapa da Violência 2012

16:54 | Posted in , , | Read More »

Sugestão de Leitura | "A Privataria Tucana" de Amaury Ribeiro Jr.


Um trabalho notável e absolutamente imperdível. Já está a causar o maior 'frou' no Brasil, mas a minha sincera impressão é que ainda vai fazer correr muita tinta, por lá!...


[EM ACTUALIZAÇÃO]

A Privataria Tucana é um livro de autoria do jornalista brasileiro Amaury Ribeiro Jr.[1] resultante de 12 anos de investigação jornalística sobre a chamada "Era das Privatizações", ocorrida no governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), sob o comando do então Ministro do Planejamento José Serra, ex-governador do Estado de São Paulo. A expressão que deu origem ao título do livro,“privataria”, foi criada pelo jornalista Elio Gaspari, referindo-se à nebulosidade que envolvia as operações de privatização e ligando ao termo pirataria. Amaury Ribeiro Jr. resolveu utilizá-la pela adequação aos atos que qualificou como pirataria, que teriam sido praticados ao longo do processo de privatizações, envolvendo dinheiro público, em benefício de fortunas pessoais e realizadas por meio das chamadas offshores, empresas de fachada que operam em Paraísos Fiscais no Caribe.[2][3]

Índice

 [esconder

Sinopse

O livro aponta o modus operandi de um suposto esquema de corrupção montado no governo de Fernando Henrique Cardoso por ocasião das privatizações. O livro é uma reportagem investigativa de 200 páginas de texto, apoiada em mais de 140 páginas de facsimile de documentos comprobatórios, todos oficiais, solicitados por ele em juntas comerciais, cartórios, no Ministério Público e na Justiça, autenticados e com firma reconhecida.
O autor do livro descreve, passo a passo, a trajetória que o dinheiro ilícito faz, das empresas Offshore (empresas ou contas anônimas criadas em paraísos fiscais) a empresas de fachadas no Brasil e comprova, apresentando documentos, que foram praticados negócios financeiros vultosos envolvendo grandes corporações financeiras, durante o processo das privatizações. O jornalista autor do livro acusa o envolvimento e a conivência de parte dos meios de comunicação, crimes de corrupção ativa e passiva, favorecimento ilegal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito, invasão de privacidade, vazamento de dados tributários, tudo associado ao desvio de dezenas de bilhões de dólares dos cofres públicos.[4]A trajetória do dinheiro ilícito ao voltar ao Brasil, segundo os documentos apresentados no livro, é inserido nas fortunas pessoais do grupo ligado a Serra[5].
O autor revela que iniciou as investigações sobre lavagem de dinheiro quando fazia uma reportagem sobre o narcotráfico, a serviço do Correio Braziliense (CB). Depois de sofrer um atentado, foi transferido para o jornal O Estado de Minas, do mesmo grupo do CB, e lá incumbido de investigar uma suposta rede de espionagem mantida por José Serra.[6] Era o primeiro passo para a investigação sobre o esquema de desvio de verbas públicas e de lavagem de dinheiro denunciados no livro.
Os documentos apresentados no livro demonstram como teria funcionado o suposto esquema de propinas e de lavagem de dinheiro durante as privatizações. Através do envio do dinheiro para empresas offshores no paraíso fiscal nas Ilhas Virgens, o dinheiro retornava ao Brasil, "lavado" como "investimento estrangeiro". O autor apurou, partindo de pistas deixadas pelo dinheiro, que eram os mesmos nomes que assinavam os dois lados da operação: como procurador da offshore do Caribe que "investia" no Brasil e como dono da empresa brasileira receptora do suposto investimento estrangeiro. O esquema envolveria nomes como Ricardo Sérgio de Oliveira (ex-tesoureiro das campanhas de FHC e José Serra do PSDB, descrito por Amaury Ribeiro Jr. na página 38 como "o chefe da lavanderia do tucanato"), Carlos Jereissati, José Serra, sua filha Verônica Serra e o marido, Alexandre Bourgeois, além de empresas como a Oi (na época Telemar), IConexa, Citco Building, Andover, Westschester, Decidir.com, Inc da filha de Serra em sociedade com Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, dentre outros. Para se demonstrar o montante de dinheiro envolvido nestas supostas transações, entre 1998 e 2002, Gregório Preciado, marido de uma prima de José Serra, teria depositado 2,5 bilhões de dólares na conta de Ricardo Sérgio de Oliveira[7]. Este modus operandi de lavagem de dinheiro também teria sido utilizado por Paulo Maluf, Ricardo Teixeira[8], a quadrilha da advogada Jorgina de Freitas que fraudou a previdência em R$1 bilhão e Paulo Henrique Cardoso[9], filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Ricardo Sergio [10], segundo o livro/reportagem, por ser um banqueiro de larga experiência, foi o arquiteto do esquema que inseria dinheiro de origem duvidosa no Brasil, lançando mão de empresas Offshore nas ilhas Virgens Britânicas, conhecido paraíso fiscal. Os documentos, obtidos legalmente, demonstram que Alexandre Bourgeois, genro de José Serra, abriu duas empresas offshores, imediatamente após as privatizações: a Vex Capital e a IConexa Inc[11]. Era o mesmo endereço da Decidir – empresa de Verônica Dantas (irmã do banqueiro Daniel Dantas) e Verônica Serra (filha do ex-governador José Serra)[12].
O livro "A Privataria Tucana" conta ainda, na página 25, detalhes de como Serra, desde o seu período à frente do Ministério da Saúde, teria se utilizado do serviços de arapongas, pagos com dinheiro público, para criar dossiês contra adversários políticos[13]. E de como Verônica serra e a irmã do Daniel Dantas, Verônica Dantas, teriam quebrado o sigilo de aproximadamente 60 milhões de brasileiros pela obtenção de informações privilegiadas dentro do governo[14]. O grupo de Serra faria grande uso da tática da contra-inteligência, isto é, manobras diversionistas, antecipação e esvaziamento de possíveis denúncias, vitimização perante a opinião pública[15]. O livro também destaca como adversários políticos do mesmo partido praticaram guerras de espionagem e contra-espionagem entre si nos bastidores, tanto no PSDB (no caso, entre José Serra e Aécio Neves no capitulo 2) como no PT (entre Fernando Pimentel e Rui Falcão no capítulo 16).

Produção e publicação

A ideia do livro surgiu em 2009, quando Aécio e Serra disputavam acirradamente a indicação tucana para concorrer à presidência. O mineiro defendia prévias e o paulista se colocava como “o primeiro da fila”. O jornal Estado de S. Paulo, articulado com José Serra, publicou um texto intitulado “Pó pará, governador?” [16] que insinuava, já no título, que Aécio seria um cocainômano e que, portanto, não poderia sonhar com a presidência. Amaury já havia sido transferido para Belo Horizonte e foi incumbido pelo dono do jornal Estado de Minas, Álvaro Teixeira da Costa, de produzir reportagem em resposta a "São Paulo" (referência as mídias do estado de São Paulo polarizada com o PSDB, que não é a opinião da população).[17] Amaury sugeriu, então, que se investigassem as privatizações, pela fragilidade que as conexões com desvio de verbas públicas provocava em Serra. A investigação o levou a encontrar as contas usadas por Ricardo Sérgio, Alexandre Bourgeois e pela filha de Serra, Verônica Serra.[18]
Foi em ação judicial onde Amaury Ribeiro Junior era réu que ele obteve grande parte dos documentos constantes no livro. Uma reportagem na revista “Istoé”, na qual mencionava Ricardo Sergio, motivou o ex-caixa de campanha de Serra e FHC a entrar com o processo judicial contra o jornalista. Para se defender, o autor recorreu ao instrumento judicial, conhecido como “exceção da verdade”, que obrigou a entrega de documentos da CPI do Banestado a Amaury, fato que contribuiu muito para a investigação jornalística seguir a trilha do dinheiro das privatizações que comprovam as movimentações feitas entre os envolvidos.
O autor conta que o título inicial seria "No Porões da Privataria"; depois pensou em "Os Privatas do Caribe", em alusão aos paraísos fiscais no Caribe, mas desistiu-se desse segundo para evitar confusão com o filme "Piratas do Caribe". São 344 páginas, mais de 140 de documentos recolhidos no Brasil e Estados Unidos - muitos originários da CPI do Banestado - em juntas comerciais e em paraísos fiscais, dividido em 16 capítulos. Foram 12 anos de produção do livro até chegar às livrarias.[19]
A primeira edição, de 15 mil exemplares, esgotou-se no dia do lançamento, 9 de dezembro. No dia 12, a Geração Editorial decidiu reimprimir 30 mil. No dia 14 de dezembro, Luiz Fernando Emediato, da Geração Editorial, subiu para 80 mil cópias[20]. O jornal O Estado de S.Paulo noticiou apenas no dia 15 de dezembro, depois de ampla repercussão em blogs e redes sociais. A notícia de que "...15 mil exemplares vendidos em menos de uma semana,..." já estava defasada.[21]

Repercussão e comentário

A grande imprensa brasileira ignorou o lançamento deste livro, mas ele teve uma enorme repercussão em blogs, identificados com a esquerda, e nas redes socias. O livro provocou uma grande reação negativa do PSDB e causou requerimento por uma comissão parlamentar de inquérito.

Cronologia

No dia 11 de dezembro de 2011, aparece a primeira manchete sobre o livro em língua inglesa: "Boycotted by Brazil's Mainstream Media Book on Opposition's Corruption Becomes Instant Bestseller. "[22] e no dia 22 de dezembro o livro está na capa do jornal argentino “Página 12″. [23]
No dia 13 de dezembro, a assim-dita grande midia continuou a ignorar o "best-seller" e o jornalista Gilberto Maringoni (Carta Maior) escreveu: " Um curioso espírito de ordem unida baixou sobre a Rede Globo, a Editora Abril, a Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e outros. Ninguém fura o bloqueio da mudez, numa sinistra brincadeira de “vaca amarela” ... " [24] O jornal "Folha de S. Paulo" quebrou o seu silêncio no dia 15 de dezembro, publicando a opinião do ex-governador:
"Trata-se de uma coleção de calúnias que vem de uma pessoa indiciada pela Polícia Federal. Isso é crime organizado fingindo ser jornalismo[25]". José Serra
No mesmo dia, a Folha de São Paulo publicou que: "Jornalista acusa tucanos de receber propina", que dá notícias sobre a repercussão do livro.[26]
O jornalista Luis Nassif, classificou a obra como "A reportagem investigativa da década".[27] Os jornalistas Luiz Carlos Azenha e Luis Fausto afirmaram que os 15 mil exemplares da 1ª edição foram esgotados no primeiro dia.[28][29]. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a cancelar um evento de autógrafos de seu novo livro de memórias [30], e cancelou todos seus eventos para o fim de ano, adiantando suas férias [31]. Como medida de comparação, o livro de não-ficção mais vendido no Brasil em 2011, "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil", lançado em 2009 pelo jornalista Leandro Narloch, vendeu 71 mil cópias em todo o ano segundo o site Publish News.[32].
O jornalista Paulo Henrique Amorim — conhecido ferrenho opositor do PSDB — defende que o conteúdo do livro seria suficiente para que figuras como José Serra e Fernando Henrique Cardoso sejam presos, a exemplo de outros ex-presidentes latino-americanos que também comandaram privatizações fraudulentas em seus países, como Alberto Fujimori do Peru, Gonzalo Sánchez de Lozada da Bolívia, Carlos Salinas de Gortari do México.
No dia 21 de dezembro, o autor do livro participou de um debate sobre "o silêncio da mídia" com o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), autor do pedido de CPI sobre o tema, e o jornalista e blogueiro Paulo Henrique Amorim.[33]. Em sua edição online do mesmo dia, a revista Veja, da Editora Abril, publicou uma notícia sobre a obtenção por Protógenes, com base no livro, das assinaturas para a CPI.
No dia 23 de dezembro a matéria deixou existir [34] naquele espaço virtual. Desde o lançamento do livro, a revista Veja, que publica semanalmente uma lista dos livros mais vendidos e comenta os sucessos populares, não fez nenhuma resenha sobre a obra e barrou a matéria online sobre os reflexos políticos que ela está provocando. O silêncio generalizado dos veículos tradicionais de comunicação — exceção feita a uma crítica no jornal Folha de S. Paulo, em 15 de dezembro — perdurou por semanas. [35]
Passados 19 dias da chegada de "A Privataria Tucana" a livrarias do país, a publicação foi inserida na lista dos livros mais vendidos de não ficção da semana da Veja na internet, no dia 28 de dezembro.[36].
A Globo, no caderno, Prosa & Verso, colocou o livro em primeiro lugar, seguido em segundo pelo livro, Steve Jobs - A biografia[37]. Somente no dia 28 de dezembro, que a Globo publicou comentários sobre o conteudo do livro. Com o título "Querem impor a mordaça", Marco Antonio Villa afirma que “o panfleto de Amaury Ribeiro é apenas um produto da máquina petista de triturar reputações. Foi produzido nos esgotos do Palácio do Planalto". Nada foi comentado, no artigo, sobre as acusações de tucanos receberem propina, nem sobre a venda de 15 mil exemplares da 1ª edição do "best-seller".[38]
Fábio de Oliveira Ribeiro, no dia 3 de janeiro de 2012, foca na "importância do capítulo 16". Ribeiro justifica a importância dizendo que o capítulo 16 "(...)mostra aos interessados (especialmente aos jornalistas) como é perigoso deixar o campo jornalístico submergir inteiramente no campo político." Ele conclue que este capítulo do livro é exemplo de "...um poderoso paradigma que certamente ajudará a melhorar a atuação de policiais, jornalistas e políticos nas próximas eleições presidenciais..." [39]
"A privataria tucana", com 120 mil exemplares vendidos, chegou ao topo da lista geral de vendas da primeira semana do ano 2012. "Steve Jobs" e "As esganadas", de Jô Soares, fecharam em segundo e terceiro lugar, respectivamente. [40]
Amaury Ribeiro Jr. lançou o livro, no dia 18 de janeiro, no Rio de Janeiro e cerca de 300 pessoas, incluindo o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) e grande número de lideranças sindicais, lotaram o auditório do Sindicato dos Bancários para o debate e a noite de autógrafos do livro. [41][42]
Mais de 300 pessoas na noite de 19 de janeiro no auditório do Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Municipais de Curitiba, participaram do lançamento do livro no Paraná[43][44] e no dia 26 de janeiro Ribeiro Jr. participou de um debate promovido pelo Sindicato dos Bancários (SindBancários) dentro da programação do Fórum Social Temático (FST), fazendo o lancamento do livro em Porto Alegre.[45] O debate contou também com a participação do deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) e do governador Tarso Genro (PT). Ribeiro Jr. disse que pensa em lançar o "Privataria 2" e adiantou que seu novo livro vai abordar o envolvimento de estatais no pagamento de campanhas eleitorais, como Furnas, e empresas do setor elétrico, como a Cemig. Também vai se debruçar sobre o movimento de privatização da saúde em vários estados brasileiros, como Paraná, Rio de Janeiro e Pará.[46][47]

CPI da Privataria

No dia 15 de dezembro de 2011, O deputado federal Delegado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) conseguiu recolher as 171 assinaturas de deputados, necessárias para a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito CPI. Protógenes disse que a motivação veio do livro do jornalista Amaury Ribeiro Junior, que o deputado classificou como um “importante documento”. O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), recebeu um pedido de abertura de (CPI) para investigar o processo de privatizações realizado durante o governo Fernando Henrique, apurar os supostos casos de lavagem de dinheiro e a realização de uma audiência pública para debater as denúncias do livro.
Brizola Neto (PDT-RJ) foi à tribuna da Câmara e pediu ao seu partido mais assinaturas para o pedido de CPI apontando que “No livro, só de documentos, são mais de 100 páginas, que mostram claramente o que aconteceu durante o processo de privatizações do governo FHC e o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) pediu a realização de audiências públicas para apurar as denúncias feitas pelo jornalista. [48]
Os deputados Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS), Antônio Imbassahy (PSDB-BA) e Fernando Francischini (PSDB-PR) surpreenderam aos lideres tucanos ao assinarem a CPI da Privataria.
Francischini, apesar do apelo de Fernando Henrique Cardoso para considerarem o livro como uma "coleção de calúnias" e "crime organizado fingindo ser jornalismo", esclareceu sua posição ao Jornal do Brasil, dizendo: "Acho que tudo deve ser investigado e, se as denúncias forem verdadeiras, os culpados devem ser punidos. Se provarem tudo o que estão falando, vou ser o primeiro a pedir punição. Ao mesmo tempo, se elas forem falsas, os responsáveis pelo livro terão que pagar". [49] No dia 16 de dezembro, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff afirmou não ter lido o livro e, segundo ela, "CPI é para caso extremo"[50].
Cristine Prestes opiniou no dia 2 de janeiro de 2012, no Valor Econômico, que apesar de muitos governistas terem assinado o pedido de CPI, "...ainda não se conhece o interesse do governo e do PT na instalação efetiva desta investigação." [51]
O desinteresse de ambos na abertura de uma investigação poderia ser explicado pela informação que consta da página 75 do livro: “Os arquivos ocultavam informações capazes de constranger tanto o governo Lula quanto o de FHC”.Cristine Prestes
O deputado Protógenes conseguiu o número de assinatura (186) suficientes para requerer a abertura da CPI. Mas ele disse que "A comissão só será mesmo aberta se houver pressão popular".[52]
No dia 21 de dezembro, Protógenes protocolou o pedido de abertura da CPI da Privataria. Logo depois, a Secretaria Geral da Mesa Diretora da Câmera conferiu as assinaturas dos parlamentares que faziam o pedido e atestou a validade de 185 delas, 14 além da quantia mínima necessária para validar o requerimento. [53] O ex-governador, José Serra, disse que desconhecia a existência de pedido de CPI na Câmara para investigar veracidade das acusações contidas no livro, no dia 10 de janeiro. Mais tarde, no mesmo dia, ele qualificou como “palhaçada” o pedido de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito.[54]

Reação no PSDB

O ex-governador José Serra (PSDB-SP) falou que não leu, mas afirma que livro é um “lixo”. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) também classificou a publicação como "literatura menor". [55]
Em uma nota, o ex- presidente, Fernando Henrique Cardoso, no dia 15 de dezembro, disse que o livro "É infâmia!".
(...)quero deixar registrado meu protesto e minha solidariedade às vítimas da infâmia e pedir à direção do PSDB, seus líderes, militantes e simpatizantes que reajam com indignação. Chega de assassinatos morais de inocentes. Se dúvidas houver, e nós não temos, que se apele à Justiça, nunca à infâmia.[56]. Fernando Henrique Cardoso
Em nota oficial, o PSDB classificou o livro como "uma leviana tentativa de atribuir irregularidades aos processos de privatização no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e acusa o Partido e os seus líderes de participar de ações criminosas" [57] O partido ainda reforça que as privatizações viabilizaram a modernização da economia brasileira, com investimentos em serviços essenciais e a geração de milhares de empregos, e que todas as privatições foram auditadas pelo Tribunal de Contas da União, Ministério Público Federal e outros órgãos de controle, onde nenhuma irregularidade foi constatada[58]. Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, declarou que entrará com um processo contra o jornalista e a editora que publicou a obra.
No dia 22 de dezembro, Verônica Allende Serra respondeu às acusações feitas a ela no livro. Ela colocou que são as "(...)insinuações e acusações totalmente falsas a meu respeito." e lembrou que se houve "...qualquer tipo de movimentação ilegal de recursos..." ela não esteve envolvida "nem remotamente":
"Não fui sócia de Verônica Dantas...Não fundamos empresa juntas, nem chegamos a nos conhecer" Verônica Allende Serra
Sobre as insinuações e acusações que têm sido publicadas e republicadas, na imprensa escrita e eletrônica, ela disse que "Nunca fui ré em processo nem indiciada pela Polícia Federal; fui, isto sim, vítima dos crimes de pessoas hoje indiciadas." A nota de Verônica detalha a sua participação na empresa Decidir, segundo ela, em respeito a todas as normas legais em vigor.[59]
O governador do Estado do Rio, Sérgio Cabral Filho, saiu em defesa de FHC, no dia 30 de dezembro, sobre as denúncias sobre desvios bilionários durante o processo de privatização de empresa brasileiras.[60]
"O presidente Fernando Henrique fez muito bem ao Brasil ao abri-lo para investidores nacionais e estrangeiros, ao permitir, no caso da exploração do petróleo e do gás, a entrada de empresas nacionais e multinacionais, acabando com o monopólio da Petrobras, acabando com o monopólio da Telebrás(...)"Sérgio Cabral Filho
No dia 3 de dezembro, o presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra, que prometeu processar Amaury Ribeiro Jr., em entrevista à Rádio Folha, afirmou que o livro não passa de um “jogo publicitário” feito pela internet para enfraquecer a grande Imprensa. Disse o tucano que “Isso foi para diminuir o tamanho da imprensa na formação da opinião pública”. Sérgio Guerra classificou a publicação de "farsa” repleta de "calúnias", produzida com integrantes e agentes do PT.[61]
O Presidente Nacional do PSDB, Dep. Sérgio Guerra, no dia 1 de fevereiro enviou uma carta para a ministra da Cultura, Ana Maria Buarque de Hollanda repudiando as acusações e insinuações veiculadas pela Revista de História.[62] Ele disse que "o verdadeiro alvo dessa vilania..." é o PSDB.
A pretexto de exaltar o livro “A Privataria Tucana”, o site da Revista de História, ligada à Biblioteca Nacional, publicou um artigo assinado por um de seus editores, Celso de Castro Barros, atacando o ex-governador e outros “tucanos”, não nominados, da forma mais grosseira e descabida. Dep. Sérgio Guerra

Ver também

Referências

  1. Dados bibliográficos Ribeiro Junior, Amaury / A privataria tucana / ‑‑ São Paulo :Geração Editorial, 2011. (Coleção história agora ; v. 5)
  2. Serra tenta comprar estoque de livro-bomba publicado em 10 de dezembro de 2011 [[1]]
  3. Aécio foge de polêmica com livro e Ciro Gomes publicado em 9 de dezembro de 2011 por Rafael Rodrigues no Jornal Bahia Noticias[[2]]
  4. Aécio foge de polêmica com livro e Ciro Gomes publicado em 9 de dezembro de 2011 por Rafael Rodrigues no Jornal Bahia Noticias[[3]]
  5. Serra tenta comprar estoque de livro-bomba publicado em 10 de dezembro de 2011 [[4]]
  6. pág 20: Fui transferido do Correio Braziliense para o Estado de Minas, diário de Belo Horizonte do mesmo grupo. Longe de Brasília, troquei as pautas de polícia em favor das de política. Agora, o confronto não era entre os bandidos e a lei no faroeste caboclo do entorno. Não havia tiros, cadáveres ou sangue nas ruas. O embate era silencioso e sorrateiro nos desvãos da política e, principalmente, da baixa política. Esta coreografia de punhais no interior do ninho tucano envolvia as pré‑candidaturas de José Serra e de Aécio Neves à Presidência da República. Brasília, de novo, entrava na minha vida. E começava uma outra história.
  7. Carta Capital,14 de Dezembro de 2011. nº 676, ano XVII, p.70-81
  8. http://www.viomundo.com.br/denuncias/a-bomba-que-vai-estourar-no-colo-de-teixeira.html
  9. http://www.tijolaco.com/do-paraiso-fiscal-ao-paraiso-sp-a-conexao-citco-phc/
  10. Ricardo Sérgio de Oliveira é, além de homem de confiança de Serra, ex-funcionário do Citibank; ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil no governo FHC; que participou da elaboração da privatização da Telebrás; ex-tesoureiro de campanha de Fernando Henrique Cardoso (FHC) e de José Serra.
  11. Documento comprovatório da empresa Iconexa, pp. 265 a 274 (Ribeiro Junior, Amaury, 2011)
  12. Documento comprovatório das ligações do grupo com o banco Opportunity e a rota do dinheiro, pp. 190 a 256 (Ribeiro junior, Amaury, 2011)
  13. na pág. 25: "o trabalho de campo era liderado pelo funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Luiz Fernando Barcellos, conhecido como "agente Jardim".
  14. Chega às livrarias ‘A Privataria tucana’, de Amaury Ribeiro Jr. CartaCapital relata o que há no livro publicado no dia 12 de dezembro de 2011 na Revista Carta Capital[[5]]
  15. http://www.viomundo.com.br/denuncias/privataria-tucana-livro-de-amaury-ribeiro-jr-explica-poder-de-serra.html
  16. http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090228/not_imp331197,0.php
  17. na pág 24: "O que me pedem e o seguinte: descobrir quais são os arapongas que estariam no encalço do governador de Minas, Aécio Neves, durante seus discretos roteiros sentimentais pelo Rio de Janeiro. Segundo o relato, Aécio e vigiado e tem seus movimentos seguidos por agentes arregimentados por seu adversário na disputa dentro do PSDB pela pré candidatura a Presidência da Republica. O então governador paulista, Jose Serra, trabalhava nos bastidores para alijar o concorrente mineiro do páreo. De posse de um dossiê, Serra teria mandado um recado, por intermédio de seus emissários, para que Aécio jogasse a toalha. Ou seja, Serra, com seu estilo inconfundível, estaria chantageando o neto de Tancredo Neves"
  18. Guerra Aécio/Serra abriu a caixa preta da "privataria" publicado no dia 9 de dezembro de 2011pelo jornal Brasil 247[[6]]
  19. "A Privataria Tucana cai na Internet". Portal Vermelho. 13 de dezembro de 2011. (página da notícia visitada em 14/12/2011)
  20. Com 80 mil cópias, 2ª edição de Privataria Tucana chega na sexta às livrarias por Conceição Lemes publicado no dia 14 de dezembro de 2011 [[7]]
  21. Livro usa papéis da CPI do Banestado contra tucanos - Em 'A Privataria Tucana', Amaury Ribeiro, indiciado pela PF, mostra documento inédito sobre suposta evasão de divisas Artigo por DANIEL BRAMATTI publicado no dia 16 de dezembro de 2011 - O Estado de S.Paulo [[8]]
  22. http://www.brazzil.com/component/content/article/240-december-2011/10541-boycotted-by-brazils-mainstream-media-book-on-oppositions-corruption-becomes-instant-bestseller.html
  23. http://www.rodrigovianna.com.br/plenos-poderes/privataria-tucana-e-destaque-na-imprensa-argentina-so-o-pig-nao-da.html
  24. Midia não sabe o que fazer com “privataria” artigo publicado pelo JORNAL JÁ de Porto Alegre, no dia 13/12/11 [9]
  25. Serra diz que livro é 'coleção de calúnias'; outros não comentam. artigo sem assinatura publicado no dia 15/12/2011 - [[10]]
  26. Matéria Folha de São Paulo, seção Poder, caderno A, pág. 11, publicada em 15 de dezembro de 2011: "Jornalista acusa tucanos de receber propina", que dá notícias sobre a repercussão do livro.
  27. "A reportagem investigativa da década" [[11]]
  28. "Emediato: Esgotada primeira edição de Privataria Tucana" [[12]]
  29. "Livro sobre privataria tucana está esgotado" [[13]]
  30. "Privataria tucana cancela lançamento do livro de memórias de FHC" [[14]]
  31. http://colunistas.ig.com.br/poderonline/2011/12/12/fhc-antecipa-as-ferias/#comment-122319
  32. "Lista de mais vendidos de 2011 | Em aberto" consultado em 12/12/2011 [[15]]
  33. Privataria Tucana e o silêncio da mídia Publicado em 21/12/2011 por Anselmo Massad, Rede Brasil Atual [16]
  34. [[17]]
  35. Veja vai e volta, publica e despublica Privataria . artigo publicado em 23 de Dezembro de 2011 por PortoGente [[18]]
  36. "A Privataria Tucana" entra na lista dos mais vendidos até da VejaArtigo publicado em 28/12/2011 pela Redação da Rede Brasil Atual[[19]]
  37. Arquivo da Agência O Globo [[20]]
  38. "Querem impor a mordaça", Marco Antonio Villa, o Globo [[21]]
  39. A importância do capítulo 16 - Por Fábio de Oliveira Ribeiro publicado no JORNAL DE DEBATES na edição 675 do Observatório da Imprensa no dia 3/1/12 [[22]]
  40. 120 mil exemplares: 'A privataria tucana' chega ao topo dos mais vendidos" [[23]]
  41. CPI da Privataria ganha apoio de movimentos sociais no Rio publicado pelo Correio do Brasil - Número 4403
  42. CPI da Privataria ganha apoio de movimentos sociais no Rio Por: Maurício Thuswohl, especial para a Rede Brasil Atual - Publicado em 19/01/2012 - [[24]]
  43. Autor do polêmico “A Privataria Tucana” lança o best seller em Curitiba por Luiz Fernando Cardoso no OdiarioPontoCom no dia 18 de janeiro de 2012 [[25]]
  44. “A privataria tucana” no Paraná publicado pelo Correio do Brasil - Número 4403 [[26]][fonte fiável?]
  45. CPI: “Assinaturas foram recolhidas em quatro dias Por Sérgio Lagranha no Jornal Já de Porto Alegre [[27]]
  46. Para intelectuais, neoliberalismo sobrevive por Alexandre Leboutte para o FÓRUM SOCIAL TEMÁTICO Notícia da edição impressa do Jornal do Comercio de 26/01/2012 [[28]]
  47. Um peso e várias medidas Por Francisco Fernandes Ladeira em 31/01/2012 na edição 679 [[29]]
  48. "Privataria tucana": deputados pedem CPI e audiência pública na Câmara. artigo publicado no dia 13/12/11 pelo jornal [30]
  49. Tucano defende CPI da Privataria: "É nosso dever investigar" artigo de Jorge Lourenço do Jornal do Brasil publicado no dia 15/12/11 [[31]]
  50. Dilma diz que não leu A Privataria Tucana: “CPI se faz em caso extremo” Artigo publicado no jornalSul21 [32]
  51. Livro ameaça reabrir CPI inconclusa Por Cristine Prestes publicado no JORNAL DE DEBATES na edição 675 do Observatório da Imprensa no dia 3/1/12 [[33]]
  52. Bastidores da República Publicado em 23 de dezembro de 2011 pela A TRIBUNA (Mato Grosso) [[34]]
  53. Por Brasil de Fato, em seu editorial do dia 21/12/11
  54. Raoni Scandiuzzi (10 de janeiro de 2012). Título não preenchido, favor adicionar. Rede Brasil Atual. Página visitada em 17 de janeiro de 2012.
  55. Serra chama de 'lixo' livro sobre privatizações‎ artigo publicado no dia 13 de dezembro de 2011 no Jornal "Diário do Grande ABC" [[35]]
  56. Em nota, FHC apoia Serra contra livro: "É infâmia" Publicado no Jornal do Brasil, dia 15/12/11 [[36]]
  57. Para PSDB, PT está por trás de livro que denuncia fraudes nas privatizações, estadão.com.br. 15 dez. 2011
  58. Nota oficial - PSDB. 15 dez. 2011.
  59. Em nota, filha de Serra rebate acusações de livro sobre privatizações. Folha de São Paulo (27 de dezembro de 2011). Página visitada em 17 de janeiro de 2012.
  60. Eleonora de Lucena; Paula Cesarino Costa (30 de dezembro de 2011). 'Discurso contra privatização tucana é bobagem', diz Cabral. Folha de São Paulo. Página visitada em 17 de janeiro de 2012.
  61. A Privataria Tucana é um jogo publicitário. Publicado em 3 de Janeiro de 2012 pelo PortoGente [[37]]
  62. Agência PSDB[[38]]

Ligações externas


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